sexta-feira, 31 de agosto de 2012
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Dons Espirituais sem Graça
Hermes C. Fernandes: Dons Espirituais sem Graça:
Por Hermes C. Fernandes
Desde o último post, temos refletido sobre a possibilidade de eliminarmos do Evangelho o conceito de graça. Já vimos, portanto, que falar do Reino de Deus sem a graça é o mesmo que apresentar um Deus tirano, que almeja cumprir Seus desígnios sem levar em conta Suas criaturas. Demonstramos que a justiça e o amor, atributos aparentemente contraditórios, são harmonizados pela graça, possibilitando assim uma inabalável estabilidade em todos os rincões do Seu Reino. Portanto, reino e graça são conceitos entrelaçados e indissociáveis.
Alguns que se consideram mais “espirituais” que a média, talvez aleguem que se subtrairmos o conceito de graça do Evangelho, ainda teremos os dons espirituais, as manifestações sobrenaturais, os milagres. O que dizer de tal raciocínio?
De onde, afinal, provém os dons do Espírito? Por quais critérios eles são distribuídos?
Examinemos as Escrituras:
“Temos diferentes dons, segundo a graça que nos é dada. Se é profecia, seja ela segundo a medida da fé. Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exerce misericórdia, com alegria” (Romanos 12:6-8).
A palavra dom vem do grego charisma, que tem como prefixo o vocábulo charis, que significa graça.
Portanto, não há charisma sem charis, pois a graça é a fonte de todos os dons. Repare no que diz Tiago:
"Toda boa dádiva e todo dom perfeito é la do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" (Tiago 1:17).
Tais dons não são distribuídos aleatoriamente, nem com base nos méritos humanos. Eles são concessões da graça. No dizer de Paulo, "um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer" (1 Coríntios 12:11). O que vale aqui não são os méritos, nem o desejo humano, mas unicamente o propósito divino.
Ademais, a concessão de dons não eleva-nos ao status de espirituais. Um exemplo disso pode ser encontrado na igreja de Corinto, talvez a mais carismática/pentecostal igreja do primeiro século da Era Cristã. Paulo chega a dizer que nela não faltava dom algum (1 Co.1:7). Porém, na mesma epístola, ele diz: "Eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com alimento sólido, pois ainda não estáveis prontos para isso. Com efeito, ainda agora não estais prontos. Ainda sois carnais" (1 Co.3:1-3a). Faltava-lhes maturidade, apesar dos dons. Eram meninos, carnais, invejos, contenciosos, mesmo manifestando os carismas do Espírito. Se os dons fossem distribuídos meritocraticamente, aquele seria a última igreja que os receberia.
Ademais, a concessão de dons não eleva-nos ao status de espirituais. Um exemplo disso pode ser encontrado na igreja de Corinto, talvez a mais carismática/pentecostal igreja do primeiro século da Era Cristã. Paulo chega a dizer que nela não faltava dom algum (1 Co.1:7). Porém, na mesma epístola, ele diz: "Eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com alimento sólido, pois ainda não estáveis prontos para isso. Com efeito, ainda agora não estais prontos. Ainda sois carnais" (1 Co.3:1-3a). Faltava-lhes maturidade, apesar dos dons. Eram meninos, carnais, invejos, contenciosos, mesmo manifestando os carismas do Espírito. Se os dons fossem distribuídos meritocraticamente, aquele seria a última igreja que os receberia.
Se removermos a graça, o que vai sobrar é o culto ao ego, ao carisma humano disfarçado de carisma do Espírito. Pode ser que haja até manifestações aparentemente sobrenaturais, mas desprovidas do propósito central que é glorificar a Cristo e edificar o Seu Corpo. Os holofotes estarão sempre voltados para o indivíduo, suas habilidades, seu poder de persuasão, sua pseudo-santidade.
Eis, abaixo, o propósito pelo qual Ele distribui dons ao Seu povo:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do ministério, para a edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4:11-12).
Os dons não devem jamais ser usados na promoção pessoal de quem quer que seja. O fato de Deus ter dado a uns o que não deu a outros, não os faz melhores ou superiores, e sim, servos dos demais. Este é o Espírito da Graça e da Verdade. Confira o que Jesus disse acerca disso:
“Mas, quando vier o Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade. Não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar” (João 16:13-14).
Quando o homem é glorificado no lugar de Deus, a mentira ocupou o lugar da verdade. Este age, ora na força do próprio braço, ora sob a influência de espíritos de engano. É o que Paulo chama de “operação do erro”, que opera segundo a “eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem. Perecem porque não receberam o amor da verdade para se salvarem” (2 Tessalonicenses 2:9-10).
Que outra maneira teríamos de distinguir a atuação do Espírito de mero charlatanismo? Verifiquemos os frutos. O verdadeiro carisma do Espírito vem sempre acompanhado da manifestação do caráter de Jesus. Carisma sem caráter é embuste, carnalidade travestida de espiritualidade.
É a manifestação do caráter de Cristo que evidenciará nossa conversão. Falar em línguas pode até ser importante, mas não comprova que alguém fora realmente batizado no Espírito Santo. Lembre-se que Jesus jamais falou em línguas! E duvido que alguém tenha sido tão cheio do Espírito quanto Ele. A melhor evidência de quem alguém recebeu o Espírito de Cristo é “andar como ele andou” (1 João 2:6). E o Espírito Santo fará tudo para chamar a atenção de todos à Cristo, e não a Si mesmo ou àquele que O recebeu.
CRISTIANISMO E JUSTIÇA SOCIAL
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Luís Borges *
Dedicado ao amigo Pr. Ms. Cláudio Moreira
“Não tire vantagem do trabalhador, apenas porque é pobre, nem se aproveite daqueles que não tiverem quem os defenda no tribunal, pois Deus defenderá a sua causa” [...] (Provérbios 22: 22-23)
Na época em que fui estudante de Filosofia e militava na política estudantil nos idos da década de 1980, vivíamos dias de grande entusiasmo com a perspectiva da Revolução Sandinista, na Nicarágua. Alguns dos grupos revolucionários mais significativos desse processo de transformação política na América Latina eram os adeptos da Teologia da Libertação, especialmente na formulação que lhe dera o filósofo e teólogo Enrique Dussel.
Entre os professores mais brilhantes, cujas aulas nos encantavam, estava o Dr. Jandir Zanotelli, que era o tradutor das obras de Dussel no Brasil. Além disso, pudemos conhecer pessoalmente e ouvir as conferências do autor de Filosofia da Libertação no I Encontro de Filosofia Latino-Americana, ocorrido em Pelotas, em setembro de 1986. Desse evento eu saí com a firme convicção de que a Filosofia / Teologia da Libertação não era mais que a cristianização do marxismo e que, no fundo, praticamente não havia muita diferença entre os objetivos de ambos, uma vez que propugnavam a Justiça social e a dignidade humana. O resto eram divergências pontuais, ligadas a questões teóricas ou metafísicas.
Alterei profundamente essa posição. Ao observar os processos históricos e a sucessiva falência dos sistemas, tanto capitalista quanto do chamado “Socialismo real”, percebi que a Justiça, tal como se apresentada no Evangelho, é mais profunda e mais abrangente.
Uma das mais terríveis acusações (parcialmente verdadeira) feitas à Igreja é que, ao longo de sua história, ela se tem posto ao lado dos opressores. A Igreja como instituição – santa e pecadora – nos descaminhos da história tem, por vezes, se desviado do ensino de Cristo, promovendo um cristianismo sem comprometimento com a Palavra de Deus, essencialmente libertadora, não apenas dos “pecados sociais”, mas do pecado como tal, que é a raiz de toda injustiça.
A Bíblia fala mais de duas mil vezes nos pobres e em suas demandas. Por isso fico muito surpreso com certas práticas da Igreja contemporânea que vem atraindo multidões com um apelo à ganância e ao individualismo, exatamente fatores que geram pobreza e injustiça, os quais foram fortemente condenados por Jesus. Evidentemente, não faço o discurso de um Cristianismo pauperista. Deus prospera o seu povo (1Rs 2, 3) Entretanto, o conceito bíblico de prosperidade é muito mais amplo que a riqueza material (Sl 127, 3). Vale dizer ainda, considerada a prosperidade em termos econômicos, também neste sentido nunca é um fim em si mesmo, resultado da exploração do trabalho alheio, da degradação da qualidade de vida das pessoas ou da destruição planetária. Isso porque o conceito bíblico de prosperidade não visa à satisfação egoísta de um grupo ou de um indivíduo contra os interesses e necessidades da comunidade.
Cada uma a seu modo, tanto a Teologia da Libertação (1) quanto a chamada Teologia da Prosperidade (2) representam distorções da mensagem evangélica, no que tange à Justiça Social.
Vivemos num mundo extremamente violento e individualista. O individualismo, a despeito de ser uma atitude identificável em todas as eras, como corrente político-filosófica se afirma com o Iluminismo e o movimento Liberal, que erigiram as bases práticas, éticas e econômicas do capitalismo.
Com os graves problemas que acompanharam a Revolução Industrial surgiram também diversas doutrinas que, reagindo a eles, procuravam criticar o sistema social e político. Entre as mais influentes estão o Socialismo, o Utilitarismo, o Positivismo e o Anarquismo, cada qual com seus respectivos matizes, representados por variados autores e movimentos. De maneira aparentemente semelhante às citadas correntes do pensamento político-social, o Cristianismo possui a luta pela justiça como um de seus elementos centrais. Apesar disso, conforme se advertiu, o Cristianismo se distingue dos grandes sistemas de reforma social porque não alimenta ilusões quanto à natureza humana, essencialmente egoísta e corrupta. Sob esse prisma, o Cristianismo, como expressão de pensamento social, é o único corpo doutrinário que não atribui a injustiça à falha na administração dos sistemas, mas ao fracasso moral do próprio homem, o qual entregue a si mesmo não está à altura dos nobres ideais que falaciosa e orgulhosamente proclama (Jo 15, 5).
Se tivéssemos que aproximar o Cristianismo de alguma Filosofia e Teoria Política, estas talvez fossem o Personalismo, de Emanuel Mounier, e o Solidarismo (3) , que embora não possa ser considerado uma filosofia homogênea, possui como base o pensamento de Leon Bourgeois (4) , Émile Boutroux (5) e Célestin Bouglé (6).
A “ditadura do ego”, que coloca a tudo e a todos debaixo dos interesses do indivíduo, é a fonte dos grandes males que assolam a humanidade. Nessa medida, o Cristianismo é intrinsecamente anti-individualista (Mt 18, 20). Entretanto, o Cristianismo não só respeita as diferenças individuais, como também reconhece e se empenha na defesa dos direitos daí advindos. Os direitos coletivos não podem esmagar o indivíduo, assim como não se pode prejudicar a sociedade sob o pretexto da liberdade individual.
De forma diferente das usuais práticas políticas, tão antigas quanto a própria humanidade, riqueza e poder nos termos do Cristianismo são sinônimos de Serviço ao próximo. Ao cristão nada que possa trazer vantagem ou privilégio, cuja condição seja o prejuízo de outrem, lhe interessa. Não foi à toa que Jesus elegeu como a lei mais importante, depois de amar a Deus sobre todas as coisas, o amor ao próximo, pois – continua o Divino Mestre – “aquele que diz amar a Deus, que não vê, e não ama seu irmão, que vê, é um mentiroso” (1 Jo 4: 20-21).
A utopia cristã, apesar das contradições que perpassam a história da Igreja, como instituição também humana, diferentemente das utopias do humanismo secular (7), é que ela só poderá se realizar em plenitude para além da dimensão histórica, na eternidade, no Céu. Em referência e em desconformidade com isso os revolucionários da Comuna de Paris de 1871 pretendiam “assaltar o céu”. Pensavam, equivocadamente, que o Cristianismo jogava as questões concretas da política e da economia para uma vaga compensação dos injustiçados num reino além-vida, tornando-os resignados e, por esse motivo, auxiliando os poderosos a manterem o status quo. Este foi o conceito, basicamente, expresso na célebre frase de Marx: “A religião é o ópio do povo”, constante em sua obra A crítica da Filosofia do Direito de Hegel (1844).
Ao considerar, segundo os princípios do materialismo histórico e dialético, a religião (ele não faz distinção entre religião e espiritualidade) um mero produto social, Marx reduz o homem – por definição irredutível e indefinível – à matéria dotada de consciência, esta, por sua vez, produto das relações materiais de produção. O resultado desse “homem minimizado” é uma ética empobrecida e interesseira, embora, sob certo aspecto, altruísta. A ética marxista é calcada no utilitarismo revolucionário, isto é, os fins justificam os meios. Esse relativismo ético levou à tragédia do stalinismo que, em termos de totalitarismo e violência, não se diferencia muito do nazismo, do fascismo ou do capitalismo selvagem.(8) Em suma, o homem, independente do sistema político, sem Deus está irremediavelmente perdido.
A crítica de Marx e outros aos problemas sociais não são novidade para o Cristianismo. Fernando Bastos de Ávila em sua obra Antes de Marx: as raízes do humanismo cristão (2003), afirma: “Muitos elementos integrados por Marx em sua síntese [o Manifesto de 1848], como dados originais, de fato, ele os encontrou elaborados numa corrente de pensamento que inundara o cenário cultural europeu. Antes de Marx, pensadores cristãos já conheciam o mecanismo da plus-valia e tinham descoberto, no processo espoliador do capitalismo, a causa secreta da questão social. Até expressões habitualmente atribuídas a Marx, como a exploração do homem pelo homem, são encontradas ipsis literis na tradição pré-marxista.”
Engana-se o Humanismo ateu ou agnóstico, sob todas as suas formas, ao propugnar que a filosofia, a ciência e a tecnologia são os únicos pressupostos da emancipação humana. Por quê? Ora, a própria história testemunha inelutavelmente o fracasso do homem e de seus sistemas em promover a justiça e a paz. Apesar de todas as conquistas científico-tecnológicas e do inegável desenvolvimento social e institucional obtidos duramente ao longo de séculos, a humanidade – embora já disponha de meios para tanto – não conseguiu abolir o horror das guerras, sanar o vergonhoso flagelo da fome, impedir a destruição da natureza, proporcionar condições dignas de saúde, educação e emprego a todas as pessoas. Desenvolveram-se fantásticos meios de comunicação e milhões vivem solitários; há uma poderosa indústria do lazer, da qual muitos se valem, numa inútil tentativa de superar o vazio existencial e a depressão.
O egoísmo é uma das expressões mais características de nossa natureza pecaminosa e não permite e jamais permitirá que o homem realize a Justiça, pois “não há um justo sequer” (Ec 7, 20). Não se depreenda daí que o Cristianismo professa uma visão pessimista do homem e da vida, recomendando a apatia e o indiferentismo diante dos problemas sociais e políticos. A Bíblia apenas descreve a natureza humana tal qual é. Na peculiar expressão do escritor João Simões Lopes Neto, no conto Boi Velho: “Cuê-pucha!... é mesmo bicho mau, o homem!”
Num mundo desesperançado e violento, terreno fértil para que vicejem a ganância e o individualismo, observamos cada vez mais estupefatos o grau de crueldade, crime e torpeza a que se chegou, cujas trágicas consequências estão cotidianamente estampadas nas manchetes dos jornais. Em meio a tanta depravação e sujidade apenas Jesus Cristo pode se apresentar como o “caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).
Quando Jesus instituiu a Grande Comissão (Mt 28: 19-20) não nos chamou a uma responsabilidade abstrata, reduzindo o Evangelho a uma mensagem espiritual evasiva. Trata-se de uma ordenança integral. O Evangelho é tanto o anúncio da Boa Nova da Salvação em Cristo, quanto a denúncia do mal no mundo. O Antigo Testamento prenuncia essa concepção: João Batista não foi decapitado por proclamar a verdade, mas por escancarar a mentira e a corrupção dos poderosos, a quem Deus “despacha com as mãos vazias” (Lc 1, 53).
Só Jesus Cristo, como único e suficiente salvador em todas as dimensões da existência, pode suprir as forças do homem decaído em direção a um mundo melhor. Esse “outro mundo possível”, mais solidário, aprazível, pacífico e equânime é indissolúvel da seguinte constatação: os sistemas não conseguiram mudam favoravelmente o mundo, nos termos a que se propõem. Mas os homens podem pensar sistemas e tecnologias para melhorar o mundo. Contudo, só Deus pode mudar os homens suficientemente para fazê-lo com honestidade e eficácia.
Toda opressão, miséria, violência e discriminação desagrada a Deus. Em Cristo Jesus temos a restauração da dignidade da vida – e Ele no-la dá em abundância (Jo 10, 10). A regeneração operada por Cristo não é apenas individual, abrange também o social e começa desde agora, para alcançar a plenitude na Eternidade.
Deus, por meio de Cristo, instruiu os cristãos a se comprometerem com todos os que sofrem, assim somos impelidos para a ação social e política transformadora, animada pelo amor ao outro, independente de professar ou não a nossa fé, conforme declara a Escritura (Ts 5, 15).
Certamente você conhece pessoas íntegras, estaria disposto a confiar sua vida e seus havares, cem por cento, a elas? A maioria de nós também se considera uma pessoa decente, mas você assumiria diante da humanidade inteira que é totalmente digno de confiança? Se você responder sim a estas duas perguntas só lhe restarão estas alternativas: ou é inacreditavelmente ingênuo ou completamente maluco. A Bíblia adverte: “maldito é o homem que confia no homem” (Jr 17, 5). Isso não significa que não possamos confiar em nada nem em ninguém, mas que somos falíveis, ou seja, somos humanos e como tais, incapazes de criar sistemas perfeitos. Dessa maneira, depositar todas as esperanças em pessoas, sistemas ou ideologias como panacéia é conceder condição de absoluto ao que é apenas relativo. Sim, os homens podem e devem melhorar o mundo, mas lembrando-se de que em sua própria força estão fadados ao fracasso. É na força do Espírito Santo, o consolador, o guia, aquele que fortalece e “instruí o homem para toda boa obra” (2 Tm 3, 17), que esse mundo, que “jaz no Maligno” (1 Jo 5, 19), pode esperar não sucumbir, enquanto esperamos pela parousia de Cristo na consumação total da Justiça e do Amor.
* Luíz Borges é coordenador Regional de Educação e Cultura da IEQ. Mestre e Doutorando em Educação (UFPEL) e doutorando em Teologia (Universidade Metodista/SP)
NOTAS
1 Corrente teológica que possui como expoentes principais Gustavo Gutierrez, Leonardo Boff e Enrique Dussel.
2 Corrente teológica que possui como expoentes principais Joel Osteel e Rick Warren.
3 Para mais detalhes vide ÁVILA, Fernando Bastos de. Solidarismo: uma alternativa para a globalização. Editora Santuário, 1997.
4 Autor de Solidarité (1896).
5 Autor de Enssai d’une Philosophie de La Solidarité (1902).
6 Autor de Le solidarisme (1907)
7 Existe também o chamado “humanismo cristão”. No século 18, o termo “humanismo” praticamente esteve identificado com uma atitude puramente secular. No entanto, os estudos da Cultura Clássica, também foram retomados por eruditos cristãos, tais como o inglês John Colet (c. 1467-1519), que desenvolveu métodos para o estudo da Bíblia, fundamentado nos os humanistas italianos. Também Erasmo pode ser incluído entre os mais influentes pensadores do chamado “humanismo cristão”. No século 20, o termo tem assumido uma série de diferentes conotações, muitas vezes, conflitantes. Entre os mais conhecidos pensadores do “humanismo cristão” contemporâneo estão Jacques Maritain e Hans Küng.
8 Para mais detalhes vide: CORTOIS, S.; WERT, N. O livro negro do comunismo. Editora Bertrand do Brasil, 1999 e também PERRAULT, Gilles (Org.). O Livro negro do capitalismo. Editora Record, 2000.
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terça-feira, 28 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Abuso: Não toqueis nos meus ungidos!
Dá ouvidos, ó pastor de
Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que estás entronizado
acima dos querubins, mostra o teu esplendor -
Salmos 80:1.
Salmos 80:1.
Não toqueis nos meus
ungidos, nem maltrateis os meus profetas -
Salmos 105:15
Salmos 105:15
Veio a mim a palavra do
SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel;
profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel
que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?
Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais
as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não
ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas
dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver
pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas
andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas
ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem
as busque - Ezequiel 34:1 -6.
Vendo ele - Jesus - as
multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como
ovelhas que não têm pastor - Mateus 9:36
"Não Toqueis nos Meus Ungidos"
INTRODUÇÃO
A vasta maioria dos membros
das assim chamadas "igrejas evangélicas" de todos os matizes - sejam
protestantes, evangélicas propriamente ditas, pentecostais, carismáticas e
da terceira onda - já tiveram a oportunidade, em um ou outro momento, de
presenciar um pastor, presbítero, missionário, evangelista, apóstolo,
profeta ou algo que o valha, subir ao púlpito de uma comunidade qualquer e
mandar ver um sermão acerca de "não toqueis nos meus ungidos". Junto com o
sermão, bastante impróprio, diga-se de passagem, vem um besteirol que beira
realmente às raias do ridículo.
Estes sermões são todos
motivados pelo conceito errado e realmente perverso de que aqueles que
servem ao Senhor nas funções de pastor, presbítero, missionário,
evangelista, apóstolo ou profeta etc, são realmente "servos especiais" que
pertencem a uma categoria que é distinta de todos os outros crentes. Como
"servos especiais", estas pessoas, pois existem homens e mulheres nesta
categoria, imaginam que estão acima de qualquer tipo de crítica e que podem
mandar e desmandar na Igreja do Senhor, porque, segundo eles mesmos, o
Senhor lhes concedeu poder e autoridade "especiais". Por este motivo todo e
qualquer criticismo, não importa a intenção, será confrontado vigorosamente
através de vários mecanismos entre os quais se encontra o famigerado sermão
acerca de "não toqueis nos meus ungidos".
Mas existem mesmos pessoas
especiais para Deus? Existem mesmo pessoas que recebem um batismo com o
Espírito Santo que é mais poderoso do que o batismo com o Espírito Santo que
veio sobre todos os outros cristãos? Existe realmente uma unção que é maior,
melhor, mais poderosa do que a unção com que o próprio Deus ungiu a todos os
crentes no Senhor Jesus Cristo?
Outro dia o autor tomou
conhecimento de que um falso mestre que atende pelo nome de Benny Hinn,
declarou ter visitado os túmulos de duas mulheres fundadoras de igrejas
cristãs do passado e que "coletou", para si mesmo, "a poderosa unção" que
ainda se encontrava naqueles túmulos cheios de pessoas mortas. Não duvido
que ele tenha realmente "coletado" alguma coisa, mas certamente o que ele
coletou não tem nada a ver com o Espírito Santo de Deus. Este patético
senhor e todos seus seguidores, e não são poucos, estão realmente fora de
sintonia com o Deus da Bíblia e com a própria Bíblia como espero demonstrar
neste artigo. Quando confrontado por tais práticas estranhas e realmente
abusivas o senhor Benny Hinn reagiu com as seguintes palavras: "Se você
falar mal de mim, ou contra a unção que está em mim e no meu ministério,
seus filhos irão sofrer as conseqüências". Quão longe este tipo de atitude
se encontra do verdadeiro ensino dos Evangelhos fica a critério do leitor
decidir.
Mas como conseguimos chegar
neste nível de desarranjo espiritual onde um homem que alega ser pregador da
palavra de Deus age como um verdadeiro seguidor do espiritismo kardecista e
procura recolher pretensas unções em cemitérios? Tudo isto acontece por um
simples, mas poderoso fato, que pode ser assim representado: existem algumas
pessoas que se arvoram ares de super-crentes ao mesmo tempo em que existem
também, milhares de outras pessoas que estão dispostas a acreditar e seguir
os super-crentes a qualquer custo, achando que com isto estão seguindo no
caminho de Deus. O autor deseja dizer aqui com todas as letras, apenas que:
NÃO EXISTEM SUPER-CRENTES. Tudo o mais será dito no restante deste artigo.
I. Os Abusadores
Abuso espiritual, pode
parecer estranho, é um estado de coisas amplamente denunciado nas páginas
das nossas Bíblias. No passado, durante os dias do Antigo Testamento, Deus
levantou inúmeros profetas para denunciarem este tipo de perversidade. No
Novo Testamento, o próprio Senhor Jesus tomou uma boa porção do Seu
ministério para denunciar e confrontar aqueles que abusam espiritualmente de
outras pessoas. Por estes motivos nós faremos muito bem em ouvir o que eles
têm a dizer acerca dos desmandos e abusos que percebemos nos dias de hoje,
da parte de homens e mulheres que são extremamente ágeis e rápidos em se
proteger debaixo da couraça representada pela expressão "não toqueis nos
meus ungidos".
A. O Profeta Ezequiel
A passagem de Ezequiel 34:1
- 6 é certamente a que melhor descreve, no Antigo Testamento, o assunto que
é objeto deste artigo, a saber: Abuso Espiritual.
1 Veio a mim a palavra do
SENHOR, dizendo:
2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?
3 Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
5 Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo.
6 As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque.
2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?
3 Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
5 Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo.
6 As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque.
Nesta passagem nós
encontramos a palavra do Senhor vindo até o profeta Ezequiel lhe ordenando
que profetize contra "os pastores de Israel". Por esta expressão, como fica
evidente pelo contexto, devemos entender que o profeta não está se referido
literalmente a pastores de ovelhas, e sim a todos os líderes da nação de
Israel. Ele dirige suas palavras aos magistrados e aos príncipes, aos
levitas e aos sacerdotes i.e. a todos aqueles que tinha a responsabilidade
de cuidar do povo de Deus. De zelar sobre o povo de Deus, de protegê-lo e de
não explorá-lo.
Através do profeta Ezequiel
é o próprio Deus quem tem algo a dizer a estes líderes. E Deus fala de uma
posição privilegiada já que Ele mesmo é reconhecido como o pastor por
excelência sobre seu povo - ver Salmos 80:1. E como pastor sobre Seu povo,
Deus é louvado, de forma magistral por Davi no Salmo 23 que começa
exatamente com as palavras "O SENHOR é o meu Pastor, nada me faltará"! Fala
o Deus-pastor de Israel e diz: "Ai dos pastores de Israel"! E nesta
expressão nós encontramos uma vibrante contradição entre como aqueles homens
se viam e como o Deus-pastor os via. Como iremos perceber os problemas
causados por pastores abusadores, existem desde os tempos mais antigos.
Pastores, como líderes,
gostam de pensar de si mesmo como pessoas diferenciadas, acima das outras
pessoas. Gostam de se ver como sendo "especiais", como super-crentes. Apesar
de gostarem de se ver desta maneira, Deus não está nem por um segundo
interessado em participar no jogo deles. Suas palavras são de condenação
absoluta desde o começo: "Ai dos pastores de Israel". Aqueles homens achavam
que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam,
automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não
entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções que executavam,
realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que
confessar seus pecados e de sofrer as graves conseqüências dos juízos de
Deus, caso não se arrependessem. Esta palavra realmente dura da parte do
Senhor é motivada pelo fato de que os pastores não são "donos" do rebanho de
Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer
maneira e muito menos de maneiras que sejam abusivas. Pastores, como diz o
apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus que é
chamado de Supremo pastor - ver 1 Pedro 5:4. O motivo porque o Senhor usa
tão duras palavras foi expresso de forma perfeita pelo profeta Jeremias
quando diz: "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu
pasto! - diz o SENHOR - Jeremias 23:1. Porque somos ovelhas do pasto do
Senhor, é que Ele se mostra tão aborrecido quando somos maltratados por
aqueles que deveriam realmente cuidar de nós. Todos aqueles que são
chamados, pelo SENHOR, para ajudar a cuidar das ovelhas do Seu pasto, vejam
bem como procedem porque Deus não se agrada de tolos - ver Eclesiastes 5:4!
Conforme podemos ver neste texto de Ezequiel, Deus irá sempre tratar com
firmeza aqueles que não viverem à altura dos compromissos assumidos como
pastores e servos a serviço do povo de Deus.
Ezequiel, falando em nome
do Deus-Pastor de Israel, confronta os pastores dos seus dias de várias
maneiras.
1. Em primeiro lugar existe
a pergunta mais básica que precisa ser respondida e que é: por que existem
pastores? A resposta nos vem através de uma pergunta feita pelo profeta: Não
apascentarão os pastores as ovelhas? Pastores existem, primariamente, para
apascentar as ovelhas. Para cuidar das ovelhas. E devem executar estas
funções sem condenar e sem brutalizar as ovelhas. Usando uma linguagem
bastante direta, o profeta acusa os pastores de estarem cuidando de si
mesmos em vez de estarem cuidando das ovelhas: "Ai dos pastores que se
apascentam a si mesmos!". Como se não fosse terrível o bastante ignorarem as
necessidades das ovelhas por estarem por demais ocupados consigo mesmos,
estes pastores ainda tratavam as ovelhas com extrema brutalidade, pois o
profeta diz: "Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas
não apascentais as ovelhas" e "dominais sobre elas com rigor e dureza". O
interesse daqueles pastores estava muito mais nos benefícios materiais que
poderiam receber das ovelhas - carne, gordura, lã - do que nos benefícios
espirituais que poderiam e deveriam repartir no cuidado do rebanho. Para
Ezequiel, o interesse daqueles pastores não estava centrado no chamado de
Deus e no pastoreio e sim no poder e no controle que exerciam sobre as
ovelhas.
2. Em segundo lugar existe
a triste constatação de que os pastores estavam negligenciando por completo
suas responsabilidades, mesmo as mais básicas. O profeta diz: "A fraca não
fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada
não tornastes a trazer e a perdida não buscastes". Mas que situação tão
terrível! Por que estes homens agiam assim desta maneira? Além da absoluta
falta de interesse verdadeiro pelas ovelhas, eles agiam desta maneira em
parte por ignorância e em parte por preguiça. O despreparo dos pastores é
notório e a preguiça de muitos deles também. Deixa o rebanho pra lá, dizem.
O rebanho só me interessa pelo que posso conseguir dele, o resto é realmente
irrelevante. Pensam e agem assim porque sabem que o povo os tem em alta
estima e ninguém vai realmente querer peitar o "ungido do Senhor".
3. O resultado direto deste
descaso e ignorância não demora a ser sentido. Ovelhas sem cuidados
pastorais e maltratadas tendem a se espalhar, por não haver pastor, e acabam
por tornar-se pasto para todas as feras do campo. Este é o triste fim de
todas as situações de abuso espiritual que encontramos, mesmo nos dias de
hoje: ovelhas dispersas, abandonadas e sendo devoradas por todos os tipos de
"feras". O profeta constata, em nome do Deus-Pastor de Israel, esta triste
realidade ao dizer: "As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes
e por todo elevado outeiro". Ovelhas abusadas só conseguem resistir até
certo ponto. Algumas chegam mesmo a morrer dentro do próprio redil - a
comunidade local que chamamos de igreja. Outras, não agüentando mais os
abusos, preferem abandonar o redil. E os pastores demonstram algum tipo de
preocupação? As palavras de Ezequiel estão repletas de desconsolo neste
quesito: "as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver
quem as procure ou quem as busque". A triste conclusão a que chegamos ao
analisar este texto é a mesma de muitos irmãos que têm nos procurado para
nos dizer: melhor ficar sem pastor, do que sob os cuidados, ou melhor, a
falta de cuidados, deste tipo de pastores denunciados pelo profeta.
Não podemos ignorar que os
pastores abusadores, não desistem de seus atos de abuso, mesmo quando as
ovelhas saem dos seus redis. Estes abusadores perseguem as ovelhas, visando
trazê-las de volta à situação terrível da qual haviam escapado. Quando
encontram resistência por parte da ovelha que saiu, a atitude dos abusadores
é, como o leitor já sabe, mais abuso. Falsas acusações de insubordinação, de
insubmissão e falta de consagração a Deus são apenas o começo. Visando
intimidar a "ovelha desgarrada", pastores abusadores partem para os mais
baixos tipos de manipulação que incluem: dizer que a "ovelha desgarrada"
nunca foi verdadeiramente crente, ou pior, dizer que a "ovelha desgarrada"
vai direto para o inferno. Depois, com a cara lavada, estes abusadores
sentem-se livres para afirmar que suas igrejas são igrejas que "cuidam
realmente" das pessoas e ninguém poderá dizer que não tentaram trazer a
ovelha desgarrada de volta.
Mas é interessante notar,
que nestes encontros, que visam à reconciliação, não existe, por parte dos
abusadores, nem uma palavra de admissão de erros cometidos. Como são os
"ungidos do Senhor" estão muito acima até mesmo da possibilidade de
cometerem o menor pecado. Afinal eles ensinam, que pastores, não cometem
erros nem pecados e não precisam nunca pedir perdão. E quando apertados,
costumam sacar, sem a menor cerimônia, seu texto favorito que diz: Não
toqueis nos meus ungidos! São realmente patéticos nestas horas.
A verdade que muitas vezes
resistimos em reconhecer, e pessoas abusadas sentem esta dificuldade de uma
maneira muito mais aguda, é que existem muitos homens, mas muitos mesmos,
que se intitulam pastores, são até mesmo ordenados, mas que na realidade não
são pastores de verdade. Não possuem chamado, não se submetem ao Senhorio de
Jesus e não se dispõe ser aquilo que devem ser: servos, a serviço do povo de
Deus. Muitos hoje estão no ministério apenas por interesses financeiros e
comerciais. Como "ser pastor" se tornou em apenas mais uma profissão, o
pastor-abusador fará de tudo que estiver ao seu alcance para não perder sua
"boquinha".
B. O Senhor Jesus e os
Falsos Pastores
Nos dias em que andou por
este mundo, o Senhor Jesus foi um ferrenho adversário dos falsos pastores.
Jesus se opôs abertamente contra todos aqueles que, chamando-se pastores, se
ocupam realmente somente consigo mesmos e abandonam o rebanho completamente.
A situação do povo de Israel nos dias de Jesus não era nem um pouco
diferente daquela que encontramos nos dias do profeta Ezequiel. O
evangelista Mateus nos diz que: "Vendo ele - Jesus - as multidões,
compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não
têm pastor - Mateus 9:36".
O encontro frontal entre
Jesus e os falsos pastores de Israel dos seus dias, será discutido na parte
3 desta série.
II. "Não Toqueis nos
Meus Ungidos"
Conforme mencionamos
anteriormente, pastores abusadores gostam de pensar acerca de si mesmos,
como sendo super-crentes. Gostam de pensar acerca de si mesmos como
pertencendo a uma casta realmente separada e distinta de todos os outros
irmãos. Dentro desta visão costumam, por um lado, torcer textos bíblicos
para beneficiá-los e por outro lado inventam uma série de normas que são
colocadas em prática tão logo são questionados ou se sentem ameaçados. É
importante que deixemos bem claro que na grande maioria das vezes, este
sentimento de que estão sendo ameaçados, é completamente irracional. Vamos
primeiro ver os textos favoritos dos pastores abusadores quando o assunto é
a auto-defesa deles, e em seguida, veremos algumas das normas mais comuns
implementadas em suas defesas. Não podemos nunca nos esquecer que todos os
recursos utilizados pelos pastores abusadores visam não deixar nenhuma
dúvida na cabeça de nenhuma pessoa acerca de quem realmente manda!
A. Os Textos Bíblicos
Favoritos dos Pastores Abusadores
Os pastores abusadores
gostam de se ver como pertencentes a uma classe toda especial de pessoas.
Uma das maneiras favoritas de se descreverem é atribuir a si mesmos o
pomposo título de "ungido do Senhor". Com isto querem dizer que são objetos
de uma unção toda especial da parte de Deus. Esta "unção" possui verdadeiro
poder mágico de transformá-los em super-crentes. Como tais, estão imunes de
cometer os mesmos erros que todos nós estamos sujeitos a cometer. Como não
cometem erros, não têm nada acerca do que devem pedir perdão. Como não
cometem erros nem pecados, são também inatacáveis e não podem sofrer nenhum
tipo de crítica ou censura. Qualquer pessoa que ouse criticá-los ou
condená-los por práticas abusivas será severamente tratada.
Mas vamos considerar, por
breves instantes, o mito de que a expressão "não toqueis nos meus ungidos"
diz respeito aos pastores abusadores. Mitos nada mais são do que palavras
que assumiram um significado diferente daquele que lhe foi atribuído pelo
autor original. O mesmo é verdade com o mito criado em torno da expressão
"não toqueis nos meus ungidos", como podemos perceber pela evidência a
seguir.
1. A expressão "ungido do
Senhor" é bíblica e ocorre exatas oito vezes no texto hebraico do Antigo
Testamento. Seis destas oito menções fazem referência ao rei Saul. Uma faz
referência ao Rei Davi e uma diz respeito ao Ungido do Senhor como aguardado
pelo profeta Jeremias. As menções aos reis Saul e Davi, deixam bem claro que
os ungidos do Senhor não eram homens imunes nem a erros, nem a críticas e
muito menos à disciplina por parte do Senhor. Ver a lista completa de
versículos que trazem a expressão "ungido do Senhor" no final deste artigo.
2. A expressão "teu ungido"
é também bíblica e ocorre seis vezes no texto hebraico do Antigo Testamento.
Destas seis, uma diz respeito ao rei Davi e todas as outras ao Ungido como
esperado pelo povo de Israel. Novamente a referência ao rei Davi é um claro
indicativo que o "ungido do Senhor" era alguém passível de cometer erros, de
sofrer críticas e, no caso específico de Davi, de sofrer graves
conseqüências por pecados cometidos. Ver a lista completa de versículos que
trazem a expressão "teu ungido" no final deste artigo.
3. A expressão "meu
ungido", da mesma forma que as duas anteriores, é bíblica e ocorre duas
vezes no texto hebraico do antigo testamento. As duas referências dizem
respeito ao Messias ou Ungido como esperado pelo povo de Israel. Ver a lista
completa de versículos que trazem a expressão "meu ungido" no final deste
artigo.
4. Por sua vez, a expressão
"seu ungido", ocorre onze vezes no texto hebraico do Antigo Testamento e uma
única vez no texto grego do Novo Testamento. Estas onze referências estão
assim distribuídas:
" 5 vezes fazem referência
ao Ungido como o esperado Messias de Israel.
" 3 vezes fazem menção a Saul.
" 1 vez diz respeito à Eliabe, irmão de Davi.
" 2 vezes a citação é referente ao rei Davi.
" 1 vez ao imperador dos Medos, Ciro.
" 3 vezes fazem menção a Saul.
" 1 vez diz respeito à Eliabe, irmão de Davi.
" 2 vezes a citação é referente ao rei Davi.
" 1 vez ao imperador dos Medos, Ciro.
Desta maneira fica fácil
notar que quando não se refere ao Ungido que representa o Senhor Jesus, os
textos falam de homens que foram tão pecadores como qualquer um de nós. A
unção para ser rei sobre o povo de Israel, conferida a Saul e a Davi, não
era nenhuma garantia de que aqueles homens estavam imunes do poder do
pecado, ou que não poderiam ser criticados e que estariam completamente
isentos da disciplina de Deus. Ver a lista completa de versículos que trazem
a expressão "seu ungido" no final deste artigo.
5. Por fim restam as duas
referências que trazem de forma explícita a expressão "não toqueis nos meus
ungidos". Estas referências são:
1 Crônicas 16:22 dizendo:
Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
Salmos 105:15 dizendo: Não
toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
Antes de analisarmos estes
versículos é necessário dizer que os mesmos são idênticos e isto por um bom
motivo. O verso de 1 Crônicas é parte de uma compilação de Salmos que se
estende do verso 7 até o verso 36 do capítulo 16 de 1 Crônicas. Esta
compilação contém partes dos salmos 96, 105 e 106.
Conforme dissemos, os dois
versículos são idênticos, portanto, a interpretação de um servirá como
interpretação para o outro também. A questão mais importante para nós, neste
momento, é definir acerca de quem o salmista está falando? Quem são os
ungidos do Senhor? O contexto deixa isto bem claro, e por ele nós podemos
ter certeza absoluta quem são as pessoas a quem o Senhor se refere como
sendo os "ungidos do Senhor" e de "meus profetas". Salmos 105:8 - 15 diz o
seguinte:
8 Lembra-se perpetuamente
da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações;
9 a aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque;
10 o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel por aliança perpétua,
11 dizendo: Dar-te-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança.
12 Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;
13 andavam de nação em nação, de um reino para outro reino.
14 A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,
15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
9 a aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque;
10 o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel por aliança perpétua,
11 dizendo: Dar-te-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança.
12 Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;
13 andavam de nação em nação, de um reino para outro reino.
14 A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,
15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
O texto é absolutamente
cristalino. Aqueles que são chamados de "ungidos do Senhor" e de "meus
profetas" são os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. São os Israelitas.
Todos e cada um deles. Ninguém que pertença verdadeiramente ao povo de
Israel é deixado de fora.
Portanto, como dissemos, o
mito de que os pastores constituem-se em os "ungidos do Senhor", como uma
casta distinta e superior a todos os crentes, não passa realmente de uma
invencionice perversa cujo único propósito é munir homens perversos com
mecanismos que os possibilitem abusar de suas ovelhas. Precisamos retornar,
de maneira urgente, ao padrão bíblico do pastor-servo à imitação do próprio
Senhor Jesus.
B. O Ensino do Novo
Testamento Acerca de Termos Sido Ungidos por Deus
O Novo Testamento ensina
exatamente a mesma coisa que é ensinada no Antigo Testamento. Todos os que
pertencem ao Povo de Deus foram ungidos pelo próprio Deus. Todos os crentes
verdadeiros, sem exceção recebem uma e rigorosamente a mesma unção. Não
existem cristãos mais ungidos que outros cristãos. E, definitivamente, não
existem "ministérios ungidos" e muito menos esta figura preconizada por
falsos mestres, como Benny Hinn, de que é possível possuir "uma unção"
específica, distinta da única unção disponível a todos os cristãos.
O texto de 2 Coríntios 1:21
- 22 diz: "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é
Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração".
Estes dois versos ensinam claramente que só existe uma unção e que todos os
cristãos são participantes desta unção, pois o repartir da mesma é um ato do
próprio Deus.
Quando Paulo diz que Deus
nos ungiu, ele está dizendo que todos nós que somos genuinamente cristãos,
fomos ungidos diretamente pelo próprio Deus. Nas tradições judaicas era
costumeiro a unção de reis, profetas e sacerdotes quando do início do
exercício das suas funções. Isto pode ser observado em Êxodos 28:41 e 40:15
com relação aos sacerdotes; em 1 Reis 9:16 e Isaías 61:1 com relação aos
profetas e em 1 Samuel 10:1;15:1; 2 Samuel 2:4 e 1 Reis 1:34 com relação aos
reis de Israel. A palavra "ungido" é também usada para se referir, de modo
todo especial, ao Senhor Jesus que é chamado de: Ungido (português) = Cristo
(grego) = Messias (hebraico). Jesus é o ungido por excelência de Deus já que
Ele possui um triplo serviço como Rei, Profeta e Sacerdote. A expressão
ungido também é usada para se referir a todos os crentes e indica que os
mesmos são consagrados ou separados para o serviço de Deus pelo Espírito
Santo. É por causa desta separação ou consagração, que somos chamados e
considerados santos por Deus. O apóstolo João disse em 1 João 2:20: "E vós
possuis unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento". A conseqüência
desta unção na vida de todos os cristão pode ser vista em alguns versículos
mais adiante, no mesmo texto, quando João diz:
"Quanto a vós outros, a
unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que
alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as
coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos
ensinou. Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se
manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua
vinda. Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que
pratica a justiça é nascido dele. - 1 João 2:27 - 29".
Assim temos que existe
somente uma unção, que todos os crentes receberam esta mesma unção e que
Deus mesmo é aquele que nos unge. Não devemos, portanto, ter medo de
desmascarar a qualquer um que pretenda ser possuidor de algum tipo especial
de unção. Unção especial só existe uma: é aquela com Deus mesmo ungiu a
todos os crentes, sem exceção! Qualquer outra invencionice não passa de
pretensão e orgulho humano querendo aparecer.
C. Métodos e Normas que
são Geralmente Utilizados por Pastores Abusadores
O autor deseja advertir
novamente aos leitores de que o material a seguir contém informações que
podem não ser agradáveis à grande maioria das pessoas.
Pastores que abusam dos
seus rebanhos seguem, normalmente, uma série comum de métodos e normas,
visando estabelecer seu poder, domínio e controle absoluto sobre o povo de
Deus. Entres estes métodos e normas podemos destacar as seguintes como sendo
as mais comuns:
1. Pastores abusadores são
extremamente defensivos quanto aos seus feudos particulares e tendem a agir
de uma forma que é sempre abusiva quando se trata de defender seus próprios
interesses. Os interesses pessoais de pastores abusadores estão, sempre,
acima de quaisquer outros interesses. Não existe nenhum tipo de consideração
cristã que possa intervir quando o que está em jogo for o interesse pessoal
de algum pastor abusador. Em poucas palavras podemos dizer que para defender
seus interesses vale-tudo para pastores abusadores.
2. Uma das características
mais marcantes deste vale-tudo mencionado no item 1 acima, é a tendência
constante de usar e abusar de passagens bíblicas, dentre as quais a favorita
é: "Não toqueis nos meus ungidos". Pastores abusadores aprendem, de forma
bastante rápida, a manipular a Bíblia visando alcançar seus mais
inconfessáveis propósitos.
3. Pastores abusadores, porque possuem uma visão distorcida de si mesmos, literalmente adoram serem exaltados e tratados com toda a honra, toda a deferência e toda a pompa e circunstância, que, em suas mentes doentias, imaginam o "ungido do Senhor" merece.
3. Pastores abusadores, porque possuem uma visão distorcida de si mesmos, literalmente adoram serem exaltados e tratados com toda a honra, toda a deferência e toda a pompa e circunstância, que, em suas mentes doentias, imaginam o "ungido do Senhor" merece.
4. Pastores abusadores são
todos aqueles que acham que os termos usados no Novo Testamento para
descrevê-los, termos como pastores, presbíteros e bispos, são realmente
títulos e indicadores de posição. Nas suas pequeninas cabeças imaginam que
os "títulos" que possuem os habilitam a dominar, governar e até reinar sobre
o povo de Deus. A estes homens falta um mínimo de inteligência para
entenderem que os termos usados no Novo Testamento são meros descritores de
função e não possuem nenhum tipo de conotação hierárquica ou de posição ou
nível. Todos os crentes, sem exceção, estão "EM CRISTO". Esta é a posição de
todos os crentes: estamos todos "em Cristo". Pastores estão "em Cristo", da
mesma maneira que as ovelhas estão "em Cristo". Não existe nenhuma diferença
posicional entre os crentes. O que existe são funções diferentes. E a função
daqueles encarregados de cuidar do rebanho de Deus é descrita como a de
alguém que cuida de ovelhas (pastor); como de alguém que possui maturidade
espiritual para ensinar, admoestar e exortar (presbítero) e como alguém que
possui a função de supervisionar o rebanho de Deus (bispo). Como pode ser
facilmente percebido as três palavras, pastor, presbítero e bispo, são meras
descritoras das funções que precisam ser executadas e não fazem nenhuma
referência a algum tipo de hierarquia que deva existir na Igreja dos Ungidos
do Senhor! Os termos que o Novo Testamento usa de pastor, presbítero e bispo
não descrevem ofícios e sim as funções que precisam ser desempenhadas por
aqueles chamados para cuidar do povo de Deus.
5. Pastores abusadores
gostam de reprovar de forma pública e privada a todos que consideram
desobedientes e insubmissos. Esta desobediência e insubmissão não têm nada a
ver com a Bíblia ou com a sã doutrina e sim com a vontade pessoal do pastor
abusador. As reprovações privadas tendem a ser bastante desagradáveis, pois
os abusadores sabem que dificilmente alguém irá acreditar nas palavras de
alguém que está rotulado de insubmisso ou desobediente. Esta situação
permite aos pastores abusadores usar os termos que bem quiserem nestas
conversas, fazer as alegações que bem entenderem por mais estapafúrdias que
sejam, levantar graves acusações por mais levianas que sejam e tirar as
conclusões que lhes forem as mais convenientes. É praticamente impossível
sobreviver em um ambiente tão hostil. Mas há muitos que continuam tentando.
Somente a eternidade irá revelar a verdadeira dramaticidade destas conversas
perversas e funestas.
6. Intimamente associado à
reprovação pública está o desprezo público ou o isolamento de certos
membros. Pastores abusadores fazem questão de deixar bem claro quem são as
pessoas que não estão lhes agradando, e por este motivo precisam ser
tratadas da maneira mais fria possível. Irmãos fracos, ao verem o pastor
colocar alguém "na geladeira", seguem o mesmo mau exemplo e também passam a
tratar o ferido da mesma maneira. Esta é uma das situações mais
insuportáveis dentro de uma comunhão que se intitula cristã. Quando um
pastor que deveria realmente estar cuidando da ovelha ferida, vira o rosto e
age como se a ovelha não existisse, está cometendo um dos atos mais cruéis
que podem ser praticados.
7. Pastores abusadores
adoram subir nos púlpitos e disparar contra aqueles que consideram seus
desafetos. Este é sem dúvida um dos piores atos que um pastor pode praticar:
usar o tempo que deveria ser gasto para edificar o povo de Deus para
resolver diferenças pessoais, muitas vezes com uma pessoa somente. Pastores
abusadores sabem que o púlpito é prerrogativa exclusiva deles ou de quem
eles convidam, portanto, sentem-se à vontade para maltratar as pessoas a
partir daquela posição vantajosa. Quando sobem ao púlpito para agredir a
quem quer que seja, os pastores abusadores demonstram apenas que são grandes
covardes e como tais são dignos de uma coisa somente: desprezo absoluto.
8. Se a igreja possuir
algum tipo de boletim o mesmo será usado por pastores abusadores para
destilar triplamente o mais perverso tipo de veneno do qual se tem notícia.
Este tipo de veneno intoxica a todos nos igreja. Ninguém que saiba ler fica
imune desta contaminação verdadeiramente maligna.
9. Ameaças de toda sorte
são também parte do arsenal comum a todos os pastores abusadores. Ameaças
que vão desde o simples afastamento de algum ministério, chegando até à
excomunhão ou expulsão que é o termo favorito dos abusadores neste quesito.
Da pretensa, mas real, posição de autoridade, o pastor abusador se sente
perfeitamente confortável para atazanar a vida de suas ovelhas com todos os
tipos de ameaças, com algumas chegando a beirar a imoralidade.
10. Pastores abusadores
costumam ensinar suas ovelhas que toda insubordinação e desobediência é
pecado grave e que este tipo de pecado é digno das mais severas e pesados
formas de disciplina. Desta maneira, a igreja está plenamente doutrinada e
quando algo acontece todo mundo concorda com a violência praticada. Este é
realmente um ciclo vicioso muito difícil de romper.
11. Outra característica
bastante marcante entre pastores abusadores é a adoção de dois pesos e duas
medidas como norma para o dia-a-dia. Este tipo de prática é tão comum,
tratar uma mesma situação de duas maneiras diferentes, que a vasta maioria
dos crentes dos dias de hoje já não reage a este estado de coisas. Preferem
pensar que as coisas são assim mesmo. Que não adianta lutar. Que é bobagem
se indispor. O autor entende todos estes argumentos, mas não pode deixar de
chamar de covardes a todos que observam este tipo de prática e não se
manifestam pela justiça e pela verdade! A motivação para o uso de dois pesos
e duas medidas está completamente dependente àquilo que for o interesse do
pastor abusador. São seus interesses pessoais e não a justiça e a verdade
que interessam.
12. Pastores abusivos
gostam de ensinar suas ovelhas idéias que possam causar falsos sentimentos
de culpa. Estes sentimentos, por sua vez, só podem ser aliviados mediante um
curvar-se, quase imoral, diante da vontade do pastor ou, se a pessoa tiver
condições, de polpudas contribuições. Os que não possuem dinheiro acabam por
trabalhar como verdadeiros escravos para o pastor, sua esposa e filhos.
Fazem de tudo: reforma e pintura de casas, cozinham, lavam, passam, cuidam
do jardim, das crianças, fazem faxina, limpeza pesada, lavam carros, servem
como motoristas e vai por aí afora. Pastores abusivos sabem que uma mente
bem manipulada por falsa culpa é capaz de produzir muitas e muitas coisas.
13. Abusadores gostam de
criar panelas e grupelhos de todos os tipos dentro das igrejas. A alguns
eles estendem a mão e chamam estas pessoas de "amigos pessoais". Este tipo
de "amizade" vai muito além daquilo que dispensam aos outros irmãos da
igreja. O resultado disto é que aqueles que são atraídos para dentro deste
círculo íntimo compartilham o "poder" com o "chefe" e isto os faz leais até
à morte, mesmo diante das maiores imoralidades que se possa ter notícia.
Outros são privilegiados com posições "honradas" e destaques especiais
naqueles ministérios que são considerados os mais "nobres". Quanta
hipocrisia é possível existir dentro de uma igreja é realmente difícil de se
aferir. Mas os abusadores adoram tudo isto e se divertem enquanto seguem
impunes. Mas o SENHOR vê tudo e certamente haverá um severo ajuste de contas
na hora apropriada.
14. Uma das formas mais
medonhas de abuso espiritual é aquilo que podemos chamar de esoterismo. Esta
é a prática mediante a qual a verdadeira natureza dos ensinamentos, da
agenda que está sendo seguida e das práticas que são adotadas é revelada
somente para os mais "chegados" ou àqueles que progridem, de forma
verdadeira, dentro do movimento a que pertencem. O autor tem tido a
oportunidade de observar inúmeras denominações, algumas históricas
inclusive, onde o verdadeiro propósito e agenda é sustentar e manter a boa
vida da classe sacerdotal ou dominante. Milhares e milhares de
"formiguinhas" trabalham como escravos e contribuem para que um pequeno
grupo tenha tudo do bom e do melhor. No dia em que estes verdadeiros
"escravos" do século XXI acordarem, e se derem conta de que não precisam dos
"faraós", este será um verdadeiro dia de glória.
15. Amor condicional é
outro método favorito dos pastores abusadores. Só recebem amor aqueles que
se enquadram perfeitamente dentro da vontade absoluta do abusador. Todos os
outros são tratados com desdém e desprezo visível até por quem está apenas
visitando o trabalho.
16. Abusadores exigem que
qualquer pessoa que queira progredir na hierarquia que comandam, precisa,
acima de tudo, ser um excelente modelo quando o assunto é contribuição.
Posições de liderança são rigorosamente reservadas a pessoas que podem
contribuir mais financeiramente.
Diante desta lista,
verdadeiramente abominável, chega a ser ridículo perguntarmos por que as
igrejas vão mal e estão tão enfermas. A resposta não precisa ser buscada na
existência de demônios territoriais, inimigos da cruz nem em "irmãos
insubmissos". A resposta para muitos dos males que existem na igreja moderna
passa pela qualidade da liderança existente. Passa pela triste constatação
de que os abusadores não estão preocupados com o Povo de Deus e sim com seus
próprios interesses. Se desejamos uma nova Reforma, a mesma precisa começar,
necessariamente, pela remoção de líderes abusadores e sua substituição por
verdadeiros líderes que sejam pastores-servos a serviço do Povo de Deus.
Conclusão:
Creio que chegou a hora de
praticarmos uma verdadeira defenestração, espiritual é claro, arrancando as
máscaras dos pretensos "ungidos do Senhor"; virando as costas e dando adeus
aos "faraós modernos" e abandonando por completo aqueles que se
especializaram em, abusar de todos nós. O autor não tem nenhuma dúvida que a
vasta maioria dos problemas que enfrentamos na Igreja do século XXI, está
diretamente relacionada às lideranças canhestras que se encastelaram nas
posições de liderança das igrejas de todas as denominações, o que lhes
permite manter, com mão de ferro, o absoluto controle sobre o Povo de Deus.
Precisamos, urgentemente, pedir que Deus suscite uma nova geração de
pastores que possuam genuínos corações de servos. Corações que estejam
realmente no servir o povo de Deus e não em serem servidos. E, por favor,
vamos aprender de uma vez por todas, que igrejas e ministérios
multimilionários, não servem realmente aos propósitos de Deus de levar o
evangelho a todas as pessoas deste mundo.
O Que Fazer?
O autor gostaria de
agradecer a um leitor que me escreveu e sugeriu que eu procurasse oferecer
algumas alternativas práticas às graves situações que costumo discutir em
meus artigos. Então, atendendo à sugestão recebida, aqui vão algumas
atitudes práticas para se livrar de situações de abuso espiritual.
Caso o leitor esteja
vivendo uma situação como as descritas neste trabalho, o autor gostaria de
sugerir alguns passos práticos para ajudá-lo a se livrar deste emaranhado de
coisas:
1. Saiba que nada que será
dito a seguir é fácil de ser colocado em prática devido a todos os
mecanismos de dominação e controle que existem e que estão disponíveis aos
pastores e igrejas abusadoras. Todavia, vale à pena tentar.
2. Em primeiro lugar você
precisa entender como verdade bíblica, que não existem pastores que sejam
"ungidos do Senhor" de uma forma especial. Precisa entender que você, a
simples ovelha, recebeu de Deus mesmo, uma unção que é exatamente igual a
que um pastor recebeu. Portanto não se sinta intimidado nem amedrontado
diante das ameaças. Pastores são tão mortais quanto todos nós, mesmo que
gostem de pensar de si mesmos mais do que convém - ver Romanos 12:3.
Discordar de um pastor abusador pode não ser fácil, mas não trará as
conseqüências anunciadas pelo abusador e seus seguidores.
3. Depois você precisa
entender que não existe uma diferença de posição quando se compara a um
pastor. A simples ovelha e o mais "exaltado" dos pastores estão exatamente
na mesma posição: ambos estão "em Cristo". Não existe, portanto, nenhuma
diferença na posição. Pastores não estão em posições mais elevadas ao passo
que as ovelhas estão em posições mais inferiores. Isto não existe, é uma
invenção de homens maldosos e aproveitadores. Todos os crentes estão em uma
e mesma posição: estamos todos EM CRISTO. Ver Efésios 4:11 - 16.
4. Precisa entender também
que a mesma consideração e respeito que você deve ao irmão-pastor é
exatamente a mesma que você deve a todos os outros irmãos. Por outro lado,
os pastores devem exatamente a mesma consideração e respeito a todos os
irmãos, sem exceção. Ver a lista de mandamentos de reciprocidade no final
deste artigo. Os mandamentos de reciprocidade precisam ser praticados por
todos os crentes, sejam eles ovelhas, sejam pastores. Note a quantidade de
vezes que o mandamento de amor recíproco é repetido. Lembre-se, abuso
espiritual é fruto absoluto da falta do amor de Deus na vida do abusador!
Mesmo falando em nome de Deus, pastores-abusadores não possuem o amor de
Deus em seus corações.
5. Além disso, precisa
compreender que não existe nenhuma possibilidade de diálogo com um pastor
abusador. Eles estão irremediavelmente viciados pelo poder e pelo prazer que
o abuso provoca em suas mentes. Não perca tempo tentando argumentar. Não
adianta nada. Não vale à pena. Ouça as palavras do Senhor com relação aos
abusadores dos seus dias: Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um
cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco - Mateus 15:14. No terceiro
estudo desta série iremos analisar o confronto de Jesus com os abusadores de
seus dias.
6. Não, você não irá para o
inferno se decidir abandonar o redil de um pastor abusador. Ou mesmo se
decidir abandonar uma igreja abusadora. Aliás, quero recomendar que você
faça exatamente isto. Não é uma decisão fácil, mas para seu próprio bem,
quanto antes você tomar esta decisão, melhor para você. Lembre-se, o Faraó
não gostava dos judeus, mas precisava deles! O pastor abusador não gosta de
você, mas ele precisa de você. Você não precisa de nenhum pastor abusador.
De fato, sem você não existe pastor abusador. Vire as costas e deixe ele se
virar.
7. Você precisa estar
disposto a obedecer ao Senhor e a ignorar aqueles que, usando o nome do
Senhor, desejam somente escravizá-lo. Lembre-se, em todos os lugares onde o
Espírito do Senhor está existe verdadeira liberdade - ver 2 Coríntios 3:17.
Qualquer outra situação não passa de engodo para manter as pessoas cativas.
8. Lembre-se também, que na
grande maioria das vezes, pastores abusadores e seus seguidores, agem de
maneira completamente irracional. Agem como verdadeiros pit-bulls, atacando
sem nenhuma justificativa plausível. Uma das maneiras mais comuns deste tipo
de irracionalidade é tratar as pessoas como se elas não existissem. Ai! Como
dói um irmão de muitos anos, de repente, virar o rosto e fingir que você não
existe! Isto é o que eu chamo de atitude irracional. Bem, deixe-me dizer
isto bem alto: NÓS NÃO TEMOS NENHUMA OBRIGAÇÃO DE NOS RELACIONAR COM PESSOAS
IRRACIONAIS! Portanto, não se acanhe, tome uma decisão definitiva, de banir
de sua vida, de uma vez por todas, estas pessoas que te tratam desta
maneira.
9. Não adianta insistir.
Falar, argumentar e até mesmo implorar não surte nenhum efeito em pessoas
irracionais. Tentar convencê-los com argumentos lógicos irá apenas levar
você à exaustão. Lidar com pessoas que agem desta maneira é estar em uma
situação onde se é impossível vencer. Então, se você não pode vencer, pra
que perder tempo batalhando?
10. Faça tudo que estiver
ao teu alcance para evitar se vir aprisionado em situações em que você não
tem à mínima chance de vencer. Fuja destas situações.
11. Procure alguma comunhão
onde você possa ter suas feridas tratadas por um verdadeiro pastor-servo.
Minha convicção é que Deus, em Sua misericórdia, ainda tem muitos homens
deste calibre, espalhados por todos os lugares. Peça a orientação de Deus.
Dependa da força que o Senhor mesmo pode suprir. Decida servir o Senhor
livre de todos os impedimentos e tropeços que pastores abusadores insistem
em colocar no caminho dos filhos de Deus.
Desde a publicação da
primeira parte deste material, o autor tem recebido inúmeros e-mails com
verdadeiras histórias de horror. Histórias de manipulações perversas, de
distorções terríveis, de comportamentos inomináveis, de abusos espirituais
abomináveis. É nossa firme convicção de que o Deus verdadeiro deseja
conduzir suas ovelhas a pastos verdejantes, às águas de verdadeiro
refrigério. Talvez estes artigos sejam usados por Deus para abrir os olhos
de muitos, para que se libertem dos duros grilhões controlados por pastores
e igrejas abusadoras.
O autor gostaria de pedir a
todos os leitores que se unam a ele, em oração, ao Deus de toda misericórdia
e Pai de todas as consolações, para que nos envie tempos de verdadeiro
refrigério. Que o Senhor possa nos ajudar a reformar a igreja do século XXI,
começando pela urgente, urgentíssima, reforma das nossas lideranças
pastorais.
Apêndice A
Passagens Onde Ocorre a Expressão "Ungido do Senhor":
1 Samuel 24:6 e disse aos
seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto
é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR. - SAUL.
1 Samuel 26:9 Davi, porém,
respondeu a Abisai: Não o mates, pois quem haverá que estenda a mão contra o
ungido do SENHOR - SAUL e fique inocente?
1 Samuel 26:16 Não é bom
isso que fizeste; tão certo como vive o SENHOR, deveis morrer, vós que não
guardastes a vosso senhor, o ungido do SENHOR - SAUL; vede, agora, onde está
a lança do rei e a bilha da água, que tinha à sua cabeceira.
1 Samuel 26:23 Pague,
porém, o SENHOR a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o SENHOR te
havia entregado, hoje, nas minhas mãos, porém eu não quis estendê-las contra
o ungido do SENHOR - SAUL.
2 Samuel 1:14 Davi lhe
disse: Como não temeste estender a mão para matares o ungido do SENHOR? -
SAUL.
2 Samuel 1:16 Disse-lhe
Davi: O teu sangue seja sobre a tua cabeça, porque a tua própria boca
testificou contra ti, dizendo: Matei o ungido do SENHOR - SAUL.
2 Samuel 19:21 Então,
respondeu Abisai, filho de Zeruia, e disse: Não morreria, pois, Simei por
isto, havendo amaldiçoado ao ungido do SENHOR? - DAVI.
Lamentações 4:20 O fôlego
da nossa vida, o ungido do SENHOR, foi preso nos forjes deles; dele
dizíamos: debaixo da sua sombra, viveremos entre as nações.
Apêndice B
Passagens Onde Ocorre a Expressão "teu ungido":
Crônicas 6:42 Ah! SENHOR
Deus, não repulses o teu ungido; lembra-te das misericórdias que usaste para
com Davi, teu servo.
Salmos 84:9 Olha, ó Deus,
escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.
Salmos 89:38 Tu, porém, o
repudiaste e o rejeitaste; e te indignaste com o teu ungido.
Salmos 89:51 com que,
SENHOR, os teus inimigos têm vilipendiado, sim, vilipendiado os passos do
teu ungido.
Salmos 132:10 Por amor de
Davi, teu servo, não desprezes o rosto do teu ungido.
Habacuque 3:13 Tu sais para
salvamento do teu povo, para salvar o teu ungido; feres o telhado da casa do
perverso e lhe descobres
Apêndice C
Passagens Onde Ocorre a Expressão "meu ungido":
1 Samuel 2:35 Então,
suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que tenho no
coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele diante do
meu ungido para sempre.
Salmos 132:17 Ali, farei
brotar a força de Davi; preparei uma lâmpada para o meu ungido.
Apêndice D
Passagens Onde Ocorre a Expressão "seu ungido":
1 Samuel 2:10 Os que
contendem com o SENHOR são quebrantados; dos céus troveja contra eles. O
SENHOR julga as extremidades da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder
do seu ungido.
1 Samuel 12:3 Eis-me aqui,
testemunhai contra mim perante o SENHOR e perante o seu ungido: de quem
tomei o boi? De quem tomei o jumento? A quem defraudei? A quem oprimi? E das
mãos de quem aceitei suborno para encobrir com ele os meus olhos? E vo-lo
restituirei.
1 Samuel 12:5 E ele lhes
disse: O SENHOR é testemunha contra vós outros, e o seu ungido é, hoje,
testemunha de que nada tendes achado nas minhas mãos. E o povo confirmou:
Deus é testemunha.
1 Samuel 16:6 Sucedeu que,
entrando eles, viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o
SENHOR o seu ungido.
1 Samuel 26:11 O SENHOR me
guarde de que eu estenda a mão contra o seu ungido; agora, porém, toma a
lança que está à sua cabeceira e a bilha da água, e vamo-nos.
2 Samuel 22:51 É ele quem
dá grandes vitórias ao seu rei e usa de benignidade para com o seu ungido,
com Davi e sua posteridade, para sempre.
Salmos 2:2 Os reis da terra
se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido,
dizendo:
Salmos 18:50 É ele quem dá
grandes vitórias ao seu rei e usa de benignidade para com o seu ungido, com
Davi e sua posteridade, para sempre.
Salmos 20:6 Agora, sei que
o SENHOR salva o seu ungido; ele lhe responderá do seu santo céu com a
vitoriosa força de sua destra.
Salmos 28:8 O SENHOR é a
força do seu povo, o refúgio salvador do seu ungido.
Isaías 45:1 Assim diz o
SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as
nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir
diante dele as portas, que não se fecharão.
Atos 4:26 Levantaram-se os
reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra
o seu Ungido.
Apêndice E
Lista dos Mandamentos de Reciprocidade
Romanos 12:10 Amai-vos
cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns
aos outros.
Romanos 13:8 A ninguém
fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos
outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.
Romanos 14:13 Não nos
julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não
pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão.
Romanos 15:7 Portanto,
acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de
Deus.
Romanos 15:14 E certo
estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos
de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns
aos outros.
Romanos 16:16 Saudai-vos
uns aos outros com ósculo santo. Todas as igrejas de Cristo vos saúdam.
1 Coríntios 16:20 Todos os
irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.
2 Coríntios 13:12
Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.
Gálatas 5:26 Não nos
deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns
dos outros.
Efésios 4:2 com toda a
humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em
amor.
Efésios 4:32 Antes, sede
uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus, em Cristo, vos perdoou.
Efésios 5:21 sujeitando-vos
uns aos outros no temor de Cristo.
Colossenses 3:9 Não mintais
uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos
Colossenses 3:13
Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha
motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim
também perdoai vós;
1 Ts 4:9 No tocante ao amor
fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos
estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros;
1 Ts 4:18 Consolai-vos,
pois, uns aos outros com estas palavras.
1 Ts 5:11 Consolai-vos,
pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais
fazendo.
Hebreus 10:24
Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às
boas obras.
Tiago 5:16 Confessai, pois,
os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes
curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.
1 Pedro 1:22 Tendo
purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o
amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros
ardentemente.
1 Pedro 4:10 Servi uns aos
outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus.
1 Pedro 5:14 Saudai-vos uns
aos outros com ósculo de amor. Paz a todos vós que vos achais em Cristo.
1 João 3:11 Porque a
mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos
outros.
1 João 3:23 Ora, o seu
mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos
amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.
1 João 4:7 Amados,
amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que
ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
1 João 4:11 Amados, se Deus
de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.
1 João 4:12 Ninguém jamais
viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor
é, em nós, aperfeiçoado.
2 João 1:5 E agora,
senhora, peço-te, não como se escrevesse mandamento novo, senão o que
tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.
Alexandros Meimaridis
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